As chuvas de verão desde os primórdios da história da cidade maravilhosa causaram alagamentos e trágicas enchentes. Não é difícil encontrar fotos antigas, em preto e branco, de ruas inteiras alagadas no Centro, na Zona Sul e na Praça da Bandeira em livros. Uma emblemática chuva, em 1996, porém, foi o marco para que saísse do papel a criação de um órgão específico para o combate a enchentes no Rio. A Fundação Rio-Águas foi criada para que a história daqueles dias não se repetisse.
Bairros inteiros ficaram embaixo da lama, lixo e destruição por todo lado. Carros foram arrastados e empilhados pela força da água, centenas de pessoas ficaram desabrigadas, ocorreram desabamentos, quedas de barrancos e pedras e mortes. Como resposta, dois anos depois, a Fundação Instituto das Águas do Município do Rio de Janeiro – Rio-Águas foi criada, pela Lei nº 2.656 de 23 de junho de 1998, como órgão municipal encarregado da gestão de manejo de águas pluviais e do sistema de esgotamento sanitário, bem como para a elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbano da cidade.
De lá para cá, já se passaram 20 anos. Vários projetos de drenagem foram executados, estudos técnicos detalhados de todas as bacias hidrográficas realizados e obras entregues, deixando a cidade ainda mais resiliente quanto às chuvas e diante de sua geografia específica, que favorece as enchentes, entre o mar e as montanhas.
“Como engenheiro e servidor de carreira da prefeitura, é um privilégio fazer parte do corpo técnico da Rio-Águas, um órgão de referência para o Brasil em drenagem. Celebrar os 20 anos da Fundação, e estar como presidente, é ainda mais gratificante. A Rio-Águas é importante para a cidade, que convive com as consequências das chuvas fortes o ano inteiro, por ser uma cidade costeira com mais de 260 rios. São grandes os desafios, mas a expertise de seus profissionais traz respostas imediatas nas mais distintas situações”, destaca o presidente da Rio-Águas Cláudio Dutra.
Nesses vinte anos, dezenove quilômetros de rios foram canalizados, milhares de toneladas de sedimentos retirados dos rios anualmente, 500 quilômetros de projetos técnicos estudados e grandes obras concluídas e em andamento. Dentre elas, os maiores reservatórios de controle de enchentes em área urbana do país, o projeto de macrodrenagem dos rios da Bacia de Jacarepaguá e o desvio do curso do Rio Joana, que é a maior obra de drenagem em túnel da América Latina feita em uma cidade, além de programas de Saneamento realizados e a Concessão do Esgotamento Sanitário de parte da Zona Oeste concretizada — em que o órgão atua como agente regulador.
Nesta, que é a maior concessão de esgotamento sanitário do país, o agente regulador contribui para levar esgoto tratado para milhares de cariocas. Em apenas 5 anos, o tratamento de esgoto na região da Área de Planejamento 5 passou a atender mais de 500 mil pessoas, população maior que a cidade de Niterói.
Apesar das conquistas e realizações, os avanços nos estudos sobre drenagem e na execução de obras deste tipo são bastante atuais e necessários. Por isso, a Rio-Águas segue como um órgão técnico de referência nacional e internacional sobre manejo de águas pluviais e celebra seus 20 anos com êxitos e novos desafios.
